Entendemos, cada vez mais que os transtornos mentais afetam o circuito cerebral como um todo, diferentemente de doenças neurológicas como Alzheimer, caracterizada por um problema grande e específico no cérebro. Para que possamos fazer um diagnóstico mais preciso na psiquiatria é, a cada dia, fundamental partir dessas disfunções no circuito do cérebro. Porém, não é possível fazer isso até termos uma ideia melhor de como essas disfunções estão ligadas às doenças mentais.

Apesar do DSM, é fundamental pensar nos diagnósticos no futuro, desta forma as pesquisas baseada em critérios neurocientificos nos revelam o que acontece no organismo que leva a determinado transtorno, e a partir disto desenvolvem-se novas formas de diagnósticos.

É fundamental pensarmos em tratamentos dos transtornos mental como o tratamento de câncer, por exemplo, onde hoje há alvos específicos para tratar cada câncer e isso é o que a psiquiatria necessita.

Certo de que não sabemos o suficiente, já identificamos certas disfunções cerebrais relacionadas a algumas doenças mentais, como a esquizofrenia. Então o desafio é identificar grupos que apresentam as mesmas disfunções e encontrar um tratamento específico para eles, usando evidências científicas para determinar estes grupos, em vez de forçar categorias de doenças.

Pensamos assim, no DSM precisamos ter um determinado número de sintomas para ter depressão, independente de quais sinais sejam esses. Pelo critério da neurociência aplicada à psiquiatria prestamos mais atenção na real dificuldade que cada sintoma representa e pontuamos que cada sintoma deve ser tratado isoladamente, por exemplo dormir mal pode ser um sintoma da depressão, mas isto pode causar outros problemas como a desregulação cerebral; então é preciso tratar o problema de sono em si, além de tratar a depressão instalada.

A neurociência prevê encarar as doenças psiquiátricas de uma forma distinta e que será aplicada no futuro. Em vez de dizer que o paciente tem stress pôs-traumático, depressão, ansiedade será dito que o seu problema, por exemplo, é uma disfunção nos circuitos cerebrais que regulam as emoções. Perceberemos que grupos de genes regulam ou afetam a estrutura das sinapses, que a combinação desses genes clarificarão a doença e não mais a soma de sintomas. Talvez isso nos traga ideias diferentes sobre esquizofrenia ou Transtorno bipolar.